É grande a lista de municípios mineiros que se encontram em estado de
emergência financeira e administrativa. Belo Oriente, Bom Despacho,
Coroaci, Diamantina, Manga, Santa Margarida, São João da Ponte e Uberaba
aparecem nessa lista, numa rápida pesquisa nos jornais. A razão alegada
pelos novos prefeitos é sempre a situação encontrada por eles ao
assumirem o cargo no dia 1º de janeiro.
Alguns, como o prefeito de Bom Despacho, Fernando Cabral, usam seus
blogs pessoais para justificar o decreto. Diz que o objetivo da medida é
“restabelecer o equilíbrio financeiro e o respeito aos princípios e
normas que regem a Administração Pública”. E aponta várias
irregularidades, entre as quais: não há informações sobre a situação
orçamentária e financeira da prefeitura; a frota de veículos está
sucateada; existem restos a pagar de mais de R$ 1,7 milhão e menos de R$
180 mil em caixa; o município não pode assinar convênio e nem receber
repasse de dinheiro do governo federal, porque se acha bloqueado pela
Secretaria do Tesouro Nacional por irregularidade nos convênios da
administração anterior.
Notícias sobre outras prefeituras publicadas nos últimos dias descrevem situação parecida ou ainda pior.
Em Diamantina, até o tradicional Carnaval está ameaçado por falta de
verba. O novo prefeito descobriu que as dívidas da prefeitura somam
cerca de R$ 5 milhões, o pagamento dos funcionários está atrasado e só
encontrou R$ 300 mil em caixa.
Em São João da Ponte, o prefeito Sidnei Pereira Alves, verificou dívidas
de R$ 40 milhões, dos quais R$ 4 milhões com a Cemig e R$ 10 milhões
com a Copasa. Inacreditável, num município com apenas 30 mil habitantes.
Em Uberaba, o maior problema é a epidemia de dengue provocada por falta de investimentos na prevenção.
Há prefeituras que ainda não decretaram situação de emergência, mas
cujos prefeitos se vêm obrigados a suspenderem investimentos. É o caso
de Araguari, onde a dívida municipal acumulada nos últimos anos chega a
R$ 78 milhões.
O que sobressai dessas narrativas é a denúncia de má administração feita
pelos adversários políticos dos atuais prefeitos. E o que se espera é
que eles, nos próximos quatro anos, demonstrem que podem fazer melhor.
Pois é possível, como comprovam, por exemplo, os depoimentos dos atuais
prefeitos de Coronel Fabriciano e de Nazareno, que afirmam ter
encontrado suas prefeituras em perfeita ordem e com dinheiro para
investimentos neste ano.
Fonte: Hoje em Dia
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