Retrato do atendimento público em Machado é o retrato do Brasil

Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) apontou que 61% dos brasileiros consideram o SUS (Sistema Único de Saúde) péssimo ou ruim. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, concorda. Para ele, que é médico, o “diagnóstico” da situação da saúde pública no País feito por quem dela depende ou acompanha um paciente está correto.
A demora no atendimento e a falta de médico e médicos sem paciência e  sem educação estão no topo da lista de queixas dos usuários, como mostram diversas reportagens publicadas pelas rádios,TVs,  sites e jornal impresso local, nas quais pacientes revelam o drama de esperar por atendimento público, principalmente nos serviços de emergência. Muitas situações chegam ao extremo de virar caso de polícia. Como último recurso, é na autoridade policial que a população espera encontrar amparo para garantir atendimento ou responsabilizar médicos e estabelecimentos por omissão ou negligência.
O descontentamento tem levado cada vez mais pessoas a aderir os planos de saúde suplementar. Com isso, pagam duas vezes pelo direito ao atendimento de saúde. Uma para o governo, por meio de impostos, e outra para as operadoras de saúde, que atendem menos pior e com deficiências também. Tal qual no SUS, na rede privada faltam especialistas suficientes para satisfazer a demanda e existe uma gama de procedimentos sem cobertura.
Na rede pública, a contratação de mais médicos é uma necessidade apontada por 57% dos brasileiros, segundo a pesquisa feita pelo Ibope e divulgada em janeiro. O governo federal acredita que um meio de resolver essa carência é contratar recém-formados para trabalhar em cidades do interior e periferias, concedendo pontos extras nas provas de residência médica e abatimento da dívida no financiamento estudantil.
Na década passada, o número de médicos cresceu 21,3%, mais que o aumento da população. O dado animador esbarra na preocupação de entidades médicas com a qualidade da formação. Para o Conselho Federal de Medicina, um médico mal formado é um problema no SUS, não uma solução. Espera-se que a solução, qualquer que seja não piore a percepção do brasileiro sobre a rede pública. A tabela de valores do Sus de procedimento é do tempo que o salário mínimo valia menos que R$ 64,79 de 1994, praticamente não teve reajuste nesses anos, um tremendo desrespeito e completo absurdo, enquanto deputados, vereadores etc, sempre se preocupam em reajustar seus salários.
Entre os entrevistados pelo Ibope, 85% avaliaram que o serviço público de saúde não melhorou nos últimos três anos. Nesse ponto, o ministro já não concorda tanto. Responde dizendo que os desafios têm “tempos diferentes de melhora”. O paciente, à espera da melhora de sua saúde, não agüenta por muito mais tempo e saúde é uma prioridade.Temos a oportunidade de cobrar e mudar isso, nosso voto é nossa arma, a saúde no Brasil não tem data para sair da UTI. Nossa política precisa de faxina a começar pela nossa cidade.