terça-feira, 9 de agosto de 2011

Uma mão lava a outra;

A revista "Época" desta semana publicou uma reportagem com denúncias contra o deputado federal Geraldo Thadeu, do PPS. Um ex-assessor parlamentar do deputado e ex-funcionário da Indústria União Química Farmacêutica disse à revista que Thadeu favoreceu a empresa com cerca de R$ 100 mil em passagens aéreas da cota dele na Câmara, entre 2006 e 2008.
Segundo a denúncia, ele também teria ajudado a empresa a conseguir licença ambiental para construir uma fábrica em Brasília. Geraldo Thadeu teria recebido duas caminhonetes e doações da empresa para sua campanha eleitoral. A União Química Farmacêutica tem unidades em Brasília e Pouso Alegre e pertence ao empresário Fernando Marques, amigo do deputado.
Em entrevista exclusiva à EPTV em seu gabinete em Poços de Caldas, Geraldo Thadeu falou sobre as denúncias publicadas na revista e admitiu ter cedido as passagens. "Eu sempre usei as passagens de acordo com o que a Câmara permitia. Nada além do que a Câmara permitia. Eu cedia as passagens livremente para quem pudesse, como todo parlamentar até então fazia". Perguntado sobre se era correto ceder a passagem para qualquer pessoa, o deputado respondeu: "Isso fica a juízo de cada um. Se você for condenar todo o parlamentar que cedia passagens antes das regras claras, você vai condenar o Congresso todo", afirmou.
Sobre as licenças ambientais, o deputado disse que conseguiu a liberação da licença ambiental não só para a União Química Farmacêutica, mas também para outras empresas. "Naquela época, o ministro do PPS era Ciro Gomes. E eu procurei o ministro para ajudar a esclarecer o por quê não da licença ambiental. Ele interviu junto à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e conseguiu liberar as licenças favorecendo 45 empresas no Distrito Federal. Uma delas era do meu amigo". Já sobre o empréstimo de veículos da empresa, o deputado disse que não vê problemas nisso. "Realmente de vez em quando ele emprestava os veículos dele, ficavam comigo. Como eu empresto veículo meu para pessoas amigas minhas".
Durante a última campanha política, o deputado teria recebido uma doação de R$ 406 mil de Fernando Marques. Mais uma vez, ele alegou não haver problemas nisso. "A doação está na campanha eleitoral, registrada legalmente. Foi para o TRE, as contas foram aprovadas, ela é toda legal, não tem problema nenhum", alega. Sobre o denunciante, ele diz que vem sendo ameaçado: "Ele teve lá um desentendimento, foi demitido da empresa e a partir daí, há mais de um ano, ele vem ameaçando o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz e eu, para conseguir um emprego de novo em meu gabinete", disse o deputado.
A União Química Farmacêutica, que tem unidades em Brasília e Pouso Alegre, afirmou em nota que Daniel Almeida Tavares trabalhou na empresa por quatro anos e que foi demitido no final de 2009. A nota informa ainda que a União Química desconhece a emissão de passagens aéreas da Câmara à empresa, mas admite a doação de dinheiro à campanha eleitoral do deputado. A nota, no entanto, não fala sobre a entrega das caminhonetes a Geraldo Thadeu.

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