quarta-feira, 26 de junho de 2013

Tarifa zero: transporte público é de graça em Muzambinho no Sul de Minas

Existe tarifa "Zero" no Brasil sim.


A insatisfação com o serviço e o preço cobrado pela passagem do transporte público tem sido o principal alvo dos manifestantes em todo o Brasil. Mas, pelo menos em Muzambinho (MG), esse não foi o motivo dos protestos na cidade. Isso porque no município ninguém paga para andar de ônibus.

A cidade de pouco mais de 20 mil habitantes tem transporte coletivo desde outubro de 2011. A cada viagem, os veículos percorrem 28 quilômetros de ruas e avenidas, passando por vários bairros. Nos ônibus, há roletas, mas não existem cobradores. Basta passar e seguir viagem sem nenhum gasto. Diferente de cidades onde o transporte público é complicado e superlotado, em Muzambinho, geralmente, todos os passageiros ficam sentados.

"Pra mim, pra ir trabalhar, é de grande ajuda já que eu sou autônomo, não tenho carro. Facilitou muito para mim, para minha esposa, minha família", diz o desenhista Paulo de Melo.
O serviço é oferecido de segunda a sexta-feira nos horários de maior movimento: de manhã, no fim da tarde e na hora do almoço. Mesmo sendo de graça, alguns moradores acreditam que o serviço ainda pode melhorar. Uma das principais reclamações é de que faltam mais horários.

"Após o almoço não tem horários. Mas o serviço é bom, antes o povo tinha que ir de táxi, andar a pé", diz a babá Talita Vasconcelos.

Segundo o prefeito Ivan de Freitas, a demanda ainda não justifica um aumento no número de horários. Ele explica que apesar do município conseguir manter o transporte de graça, a possibilidade de cobrança da tarifa não é descartada.


"Para manter este trabalho, outros serviços têm que ser sacrificados. Obras, recuperação de ruas, de estradas. Nós vamos assegurar esse transporte gratuito enquanto nós pudermos", diz o prefeito, que não informou quanto o município gasta atualmente para arcar com o serviço à população.


Alguns moradores dizem que até aceitariam se o serviço fosse cobrado. "Pode até cobrar um pouquinho, é até certo, mas o que nós desejaríamos é que isso (serviço de graça) não parasse, já que é uma ajuda muito grande", completou a manicure Mirian da Silva.

Fonte: G1 Sul de Minas

terça-feira, 25 de junho de 2013

Governo notifica gigantes do comércio eletrônico para checar atendimento 1

  A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça notificou nesta terça-feira (13) as principais empresas de comércio eletrônico do país para que apresentem informações sobre as práticas de vendas adotadas.
Entre as empresas notificadas estão: B2W (que engloba as marcas Americanas, Submarino e Shoptime), Compra Fácil, Nova PontoCom, Máquina de Vendas, Groupon, Mercado Livre, Peixe Urbano, Clickon, Decolar.com, TAM, Gol, Azul e Avianca.
De acordo com o Ministério da Justiça, as empresa têm até 10 dias para responder a notificação.

Novas regras

Em maio, o comércio eletrônico passou a ter regras mais claras e rígidas, com a entrada em vigor do Decreto Federal 7.962/13.
As medidas foram anunciadas pela presidente Dilma Rousseff em 15 de março, Dia Mundial do Consumidor. O comércio eletrônico brasileiro não possui uma legislação exclusiva, e as novas medidas devem preencher lacunas deixadas pelo Código de Defesa do Consumidor em relação ao comércio virtual.
Uma das novas regras estabelece que as empresas que vendem pela internet devem divulgar, em lugar de fácil visualização e de forma clara e objetiva, informações básicas sobre a companhia --como nome, endereço e CPNJ, ou CPF, quando a venda for feita por pessoa física.
Também deverão oferecer um canal de atendimento ao consumidor que facilite o envio de reclamações, questionamentos sobre contratos ou dúvidas sobre o produto ou serviço adquirido.
No caso de sites de compra coletiva, será preciso, por exemplo, informar a quantidade mínima de clientes para conseguir benefícios como preços promocionais.

Além disso, as empresas de comércio eletrônico serão obrigadas a respeitar direitos do consumidor, como o de se arrepender da compra no prazo de até sete dias úteis, sem a necessidade de apresentar qualquer justificativa. Nesses casos, a obrigação pela retirada do produto na casa do consumidor e o estorno do valor pago ficam a cargo da empresa que o vendeu.

Fonte: UOL

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Participantes de debate condenam redução da maioridade penal



A redução da maioridade penal, prevista em projetos em tramitação no Congresso Nacional, foi criticada pelos convidados que participaram de audiência pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CDH) nesta segunda-feira (17). Em lugar da redução, eles defenderam o fortalecimento das políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes, e disseram que a violência que assombra a classe média só ganha destaque devido a sua exploração pela mídia, que transmite à sociedade uma visão distorcida da realidade.
A audiência foi aberta com a execução do Hino Nacional por orquestra dirigida por um agente de reintegração social e composta por adolescentes que cumprem medida sócio-educativa na Unidade de Internação do Plano Piloto (UIPP), antigo Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), localizado no final da Asa Norte, em Brasília.
Para a representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Cynthia Rejane Corrêa Araújo Ciarallo, a violência ganha destaque não porque os atos infracionais praticados por adolescentes “tomam conta do país”, mas porque “a pauta midiática recorta e elege fatos isolados como destinação de política juvenil”. Ela apontou a proximidade de eleições gerais, em 2014, e disse que “quando as paixões entram em cena, há risco de que as violações aconteçam”.
Cynthia disse que “há hoje umas dez empresas que tomam conta do país por conta do poder de informação, que deveriam estar discutindo os direitos ainda não consagrados previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, as medidas sócio-educativas em processo de implantação que não aparecem na televisão”.
- O problema real não é a quantidade de homicídios praticados por adolescentes, que não podem servir de bode expiatório para problemas mais amplos, mas outras violações que ocorrem no país. O conceito de adolescente só é discutido quando gera inquietação na sociedade – afirmou.
A psicóloga disse ainda que a redução da maioridade vai reforçar a superlotação dos presídios, “locais onde não prevalece a responsabilidade, mas a vingança e o suplício”. Segundo ela, o país está na “contra-mão” da política, ao discutir a violência a partir do comportamento dos adolescentes.
- Estamos cometendo um equivoco constitucional. As empresas de seguro faturam com as informações da mídia, que elege de tempo em tempo de quem a gente deve ter medo. O adulto usa o adolescente [para o crime] porque o adolescente está só, à mercê do adulto. Essa é a pergunta, e não por que o adolescente vai até o adulto – afirmou.
A psicóloga também defendeu a elaboração de um marco regulatório da comunicação “para acabar com o medo absurdo que é passado [à sociedade pela mídia] e, de fato, não é real no país”.
'Empobrecimento'
Para o representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Alex Reinecke de Alverga, o fenômeno da violência é complexo e tem sofrido um “empobrecimento” devido à forma com que é discutido.
A redução da maioridade, afirmou, não pode ser uma matéria exclusivamente penal, visto que tal abordagem “realiza uma profunda e perigosa inversão em que as consequências são tornadas causas”.
- É um desserviço como esse debate é colocado na mídia, há um rebaixamento do tema. É preciso fortalecer a garantia de direitos e o cumprimento de medidas sócio-educativas – afirmou.
Para o promotor de Justiça da Infância e Juventude do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Renato Barão Varalda, a atual maioridade penal constitui uma cláusula pétrea da Constituição e não pode ser alterada.
- A redução da maioridade não vai diminuir a violência. Temos que ter políticas públicas. Os adolescentes não são responsáveis pela maioria dos crimes, são responsáveis por menos de 20%. A internação é prisão, o viés é pedagógico, mas há redução da liberdade. A situação do adolescente é peculiar. Faltam programas pedagógicos estaduais, há escassez de servidores qualificados – afirmou.
'Elitismo'
Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), a senadora Ana Rita concordou com as observações feitas pelos especialistas. Ela afirmou que a sociedade não se comove da mesma forma quando um jovem pobre e negro é assassinado.
- A sociedade é muito elitista, penaliza jovens pobres e negros, mas não dá o mesmo tratamento a jovens ricos que cometem ato infracional – afirmou.
Para o senador José Pimentel (PT-CE), a solução para combater o aumento da criminalidade seria a adoção da escola em tempo integral. Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu a implantação da renda básica de cidadania, oriunda de projeto de lei de sua autoria, e disse que o mecanismo contribui para redução da violência.
Participação
Essa foi a terceira e última audiência pública sobre a redução da maioridade promovida pela CCJ. O debate contou com a participação popular, por meio do e-Cidadania, e foi transmitido por videoconferência para as Assembleias Legislativas de Pernambuco, São Paulo, Roraima, Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo, Distrito Federal, Pará, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Mato Grosso, Santa Catarina e Goiás.

Somadas as três audiências, foram cerca de 600 manifestações, enviadas por cidadãos de todo o país. Do total, 73% das participações chegaram pela internet e outras 27% pelo telefone do Alô Senado (0800-612211).

Fonte: Portal Senado

Diminuição da maioridade penal, acorda Brasil, hoje os tempos são outros

Mapa Mundi da Maioridade Penal


Índices de Crimes Cometidos 
Por Menores Hoje Internados:


Se a pessoa mais velha do Brasil tivesse 17 anos, viveríamos em um país sem lei onde tudo pode, matar, roubar, estuprar, etc. Só quem perdeu um pai, uma mãe, um irmão assassinado por um menor de idade, sabe bem o que estou falando, aquela certeza que nada pode ser feito para se ter pelo menos o conforta que a justiça seja feita. Precisamos acabar com a certeza da impunidade no Brasil, a voz do povo é mais forte do que imaginamos. Um dos principais motivos que criei este blog alem de defender um trânsito seguro, transparência na política, é uma revisão nas nossas leis arcaicas incluindo a diminuição da maioridade penal. 



segunda-feira, 17 de junho de 2013

Tarifa de ônibus no Brasil está entre as mais caras do mundo



A última semana foi marcada pelos protestos contra o aumento das passagens de ônibus pelo país; parece que a manifestação originada em São Paulo está escrevendo um capítulo da história.

Mas será que nossa passagem de ônibus é tão cara? Pesquisamos o preço das passagens de ônibus em dez cidades ao redor do mundo e os comparamos com Rio e São Paulo, onde os protestos foram mais intensos.

Muitas análises pesquisam o preço na moeda local e os transforma em dólar. Esses resultados chegam à mesma conclusão: o Brasil está longe de ser o local com passagens mais caras -São Paulo e Rio são mais baratas, pela ordem, do que Londres, Tóquio, Ottawa (Canadá), Nova York, Lisboa, Paris e Madri.

Esse tipo de análise é superficial, pois não considera o salário médio; ou seja, um dólar num país ser mais fácil de ganhar do que outro.

Mais realista é levar em conta o preço das passagens em minutos trabalhados, considerando, portanto, a renda média e as horas trabalhadas em cada cidade.

Ao classificar os preços pelos salários, São Paulo e Rio têm as passagens mais caras.

O paulistano tem que trabalhar 14 minutos para pagar uma passagem. Para o morador do Rio, são 13 minutos.

São superiores aos quatro minutos dos chineses.

Talvez as manifestações não sejam contra o aumento de R$ 0,20 na passagem, mas contra um transporte que não apresenta os serviços encontrados ao redor do mundo.

Como diria o ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, "a cidade avançada não é aquela em que os pobres andam de carro, mas aquela em que os ricos usam transporte público". O que está acontecendo aqui parece ser o oposto.







Fonte: Folha SP

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Mais um crime que choca a sociedade

Homem mata ex-sogro colocando fogo em Alfenas, e mata ex-namorada a facadas em Paraty, RJ





Segunda Vítima: Thayná
O genro e procurado pela Policia ROBERTO JOSÉ FREIRE, 23 anos, no último domingo (09/11) sequestrou na cidade de Três Corações, com a ajuda de um ou mais comparsas o sogro Antônio Carlos Bonfim, amarrou as mãos e na cidade de Alfenas jogou gasolina e ateou fogo, queimando 90% do corpo de Antônio que não resistiu e morreu no hospital. A suspeita da Polícia que o psicopata sequestrou o pai de TAYNÁ para descobrir o endereço em que a moça morava e por isso ateou fogo em seu Antônio que não aquentou e disse onde a filha estava em Paraty no estado do Rio de Janeiro.


Primeira vítima: Antônio Carlos Bonfim
Ainda consciente, antes de seu Antônio morrer ele avisou a Polícia que o assassino ROBERTO estava indo para Paraty, RJ matar a filha que já estava morando com outro homem.
A Polícia Mineira avisou a Polícia do Rio de Janeiro, mas como o autor ROBERTO tinha o endereço exato da vitima, chegou primeiro e nesta noite de segunda-feira (10) na cidade de Paraty, RJ, aguardou o momento em que o amasiado de Thayná chegou e o deferiu um golpe de faca. Quando a vitima Thayná chegou a sua residência ele a golpeou com duas facadas uma delas, atingindo a veia do pescoço e há matando na hora. O amasiado de Thayná foi socorrido com vida para o Hospital de Paraty Rio de Janeiro.


Autor de dois homícidios e uma tentativa, procurado pela Polícia dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Até o momento o assassino ROBERTO JOSÉ FREIRE não foi localizado. Denúncias podem ser feitas pelo telefone 190 ou 181.

Fonte: Minas Acontece

terça-feira, 11 de junho de 2013

"DIA DOS NAMORADOS" Data foi criada em SP em 1949

O script você já conhece: correria nos shoppings neste fim de semana e filas em restaurantes (e motéis) na quarta (12).

Tudo para agradar a cara-metade. E essa história começou  em SP. O Dia dos Namorados foi inventado no Brasil em 1949. A ideia, do publicitário João Dória (1919-2000), foi uma sacada para promover a loja A Exposição Clipper, que funcionava no centro de São Paulo, e turbinar as vendas do então fraco mês de junho. A loja distribuiu presentes para centenas de casais, sob o slogan “não é só com beijos que se prova o amor”. Nascia uma tradição.

De lá para cá, não foram poucas as iniciativas para promover a data. Em 1992, o Iguatemi sorteou um automóvel, viagens para Maceió e bicicletas. Há 5 anos, o Metrô Tatuapé confinou namorados em dez carros por 16 dias. Os participantes só podiam sair duas vezes por dia, por 15 minutos. Quem aguentou até o fim, levou o veículo para casa.

Fonte: Estadão

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Polícia Civil de Alfenas apreende menor que já foi detido mais de 15 vezes por tráfico




Foto: Minas Acontece


Nesta quarta-feira (05/06) a Polícia Civil em investigação no Bairro Santa Luzia , flagrou um menor traficando na Rua Barão de Alfenas, ao fazer a abordagem do menor, foi encontrado com ele a 20 pedras de crack, 10 pinos de cocaína e a quantia de R$78,00 em dinheiro trocado.


O menor já foi apreendido por mais de 15 vezes pela Polícia Militar, em entrevista com o repórter disse que trafica a 02 anos e pretende parar quando completar 18 anos, segundo ele sabe que por ser menor não dá nada.
 

É o detalhe que segundo ele não é usuário de drogas, somente trafica para ele, por conta própria.
A Polícia Civil esta investigando e mostrou para vários jornalistas que compareceram a Delegacia uma pilha de documentos, inquéritos relacionado ao tráfico de drogas envolvendo menores.
Ou seja é visível que a Polícias Civil e Militar trabalham e cumprem seus papeis, porém não tem um programa no município de Alfenas para acompanhar ou tentar amenizar o problema.
Segundo o Delegado de Polícia Civil Dr Hudsom, a Polícia apreende, mas o crime de tráfico não envolve violência, por isso há essas ocorrências rotineiras sempre com os mesmos menores e esses menores so podem ser internados quando cometem crime de violência, sendo estupro, homicídios, agressão...etc
A Polícia enxuga gelo e o Ministério Publico nada pode fazer enquanto o congresso nacional não mudar as leis do Brasil para menores.
Uma enquete na capa do Minas Acontece, mais de 90% das pessoas que votaram são a favor da redução da maioridade penal. Enquete essa que bate com números de várias pesquisas feitas no Brasil.
A Polícia tenta trabalhar, mas a lei favorece os infratores e a justiça tem que cumprir a lei.

Resumindo, cada órgão de Segurança tenta fazer sua parte, mas enquanto nossos deputados federais não assumirem tal responsabilidade, a impunidade continua.

Fonte: Minas Acontece

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Oportunidade de Emprego

Acesse aqui

TJ publica edital para concurso de oficial de justiça avaliador


O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais abriu concurso público para 99 vagas para oficial judiciário. O salário é de R$ 2.162,60.

As oportunidades são para oficial judiciário na especialidade de oficial de justiça avaliador. Para participar da seleção, os candidatos devem ter nível médio completo. A jornada de trabalho é de 30 horas semanais.

As vagas são para as cidades de Belo Horizonte, Barbacena, Juiz de Fora, Muriaé, Governador Valadares, Uberlândia, Uberaba, Varginha, Poços de Caldas, Divinópolis, São Sebastião do Paraíso, Montes Claros, Paracatu e Teófilo Otoni.

As inscrições podem ser feitas entre os dias 15 de julho e 15 de agosto pelo sitewww.makiyama.com.br. A taxa é de R$ 50.


As provas objetivas serão aplicadas na data provável de 15 de setembro, nas cidades de Belo Horizonte, Diamantina, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Uberlândia e Varginha.

A validade do concurso será de 2 anos, podendo ser prorrogado, uma vez, por igual período.

terça-feira, 4 de junho de 2013

A grande chance de manifestarmos nossas idéias

 Debatedores afirmam que reduzir maioridade penal não diminuirá criminalidade

Durante audiência pública realizada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), nesta segunda-feira (3), debatedores afirmaram que a redução da maioridade penal é inconstitucional e não trará maior proteção à sociedade brasileira.
O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, disse que a proposta de redução da idade mínima para imputar crimes não diminuirá a violência, já que o sistema carcerário do país não cumpre com a finalidade de ressocialização dos detentos.
Para ele, outras medidas menos interventivas poderiam ser implantadas na conquista desse objetivo, entre as quais o investimento em políticas públicas destinadas aos adolescentes e o maior cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no que se refere aos tratamentos socioeducativos e à prestação de serviços comunitários por menores infratores.
Coêlho citou estudo do Unicef que revela a diminuição, no Brasil, dos recursos para políticas públicas destinadas aos adolescentes. Segundo ele, a falta de cuidado do Estado com esse grupo faz com que fique vulnerável às organizações criminosas.
– Se é necessária a redução da maioridade penal para termos segurança pública em nosso país, seria necessário primeiro cuidar da implantação do ECA e do sistema carcerário. O adolescente ser internado com a proposta de reeducação para sociedade é bem melhor do que o tratamento semelhante ao dado aos adultos – disse.
Medidas
A procuradora da República, Raquel Elias Dodge, também se posicionou contrária à redução da maioridade penal acrescentando outras medidas que poderiam ser implementadas para trazer segurança ao país, entre elas aumentar a responsabilidade dos adultos que corrompem menores, ampliar prazos de internação de acordo com o crime cometido pelo adolescente e determinar que o menor infrator seja obrigado a concluir seus estudos durante o seu período de internação.
Raquel também citou estudos que mostram que o ser humano amadurece por volta dos 20 anos e, por isso, defendeu ter sentido uma política criminal que trate os indivíduos considerando os seus diferentes graus de amadurecimento.
Inconstitucionalidade
Aloysio Nunes: aos 16, adolescentes já praticam atos políticos
Os debatedores ainda argumentaram que a redução da maioridade é inconstitucional. Raquel explicou que a Constituição proíbe a deliberação de propostas tendentes a abolir direitos e garantias individuais, o que seria o caso da inimputabilidade de menores de 18 anos. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) contestou o argumento da constitucionalidade levantado pelos debatedores. Ele destacou que a previsão de uma idade mínima para imputabilidade penal é uma garantia individual que decorre do princípio da dignidade humana, mas destacou que a idade não precisa ser necessariamente de 18 anos.
– No meu entender essa é uma decisão de política legislativa, de política criminal – explicou.
Aloysio ressaltou que adolescentes a partir de 16 anos já podem exercer atos importantes da vida política e civil e que, portanto, a regra de que o indivíduo só tem discernimento dos atos que comete a partir dos 18 anos não deve ser absoluta.
O senador defendeu proposta de sua autoria (PEC 33/2012) que sugere a redução da maioridade penal para 16 anos. Ele explicou que a proposta mantém a regra geral da imputabilidade a partir dos 18 anos de idade, e a altera somente para atender a circunstâncias excepcionais, a serem apuradas num juízo próprio, perante a vara da infância e da juventude.
De acordo com a PEC, um juiz fará a avaliação, mediante exames criteriosos e laudos técnicos de especialistas, se a pessoa que cometeu o ato infracional tinha pleno discernimento para julgar o caráter criminoso do que fez. Em caso afirmativo, o juiz poderia decretar a sua imputabilidade e aplicar a ele a lei penal.
Participação
Nove assembleias legislativas estavam interligadas no momento do debate, o que permitiu a vários deputados estaduais participarem através do portal do Interlegis (www.interlegis.leg.br).
A discussão também foi transmitida ao vivo pelo portal e-Cidadania. Cidadãos participaram com comentários escritos diretamente aos senadores e aos convidados pelo link bit.ly/maioridadepenalemdebate. Além do e-Cidadania, a audiência foi transmitida pelo canal 2 da página do Senado, pelo FacebookTwitter.

Fonte: Portal Senado

O serviço Alô Senado (0800-612211) também foi usado para a participação das pessoas no debate.