Dilma assina ato por segurança no trânsito

A presidente Dilma Rousseff assinou na manhã desta sexta-feira um ato que cria o Conselho Nacional pela Redução de Acidentes. O ato faz parte da campanha "Pela Consciência no Trânsito". A ação compõe a Semana Nacional de Trânsito que pretende conscientizar motoristas sobre riscos do excesso de velocidade e tentar reduzir os altos índices de acidentes de trânsito.
A atriz Cissa Guimarães avaliou de maneira positiva a ação do governo federal. Para ela, é importante que a ação pelo fim das mortes no trânsito seja encabeçada pelo governo federal. "Agora finalmente estamos chegando a um pacto pela vida real", disse a atriz antes de seguir para uma audiência com a presidente. Cissa perdeu um filho em um acidente de trânsito há dois anos. Rafael Mascarenhas morreu atropelado em um túnel interditado no Rio de Janeiro. Ele usava o espaço para andar de skate.
"Se o brasileiro é tão cordial e gentil, por que não poder ser assim no trânsito? Temos de fazer um pacto para acabar com a sensação de impunidade", disse a atriz, pedindo punições mais severas para quem mata no trânsito.
Assim como todos que ocupavam o púlpito, Dilma vestia uma camiseta ilustrada com o rosto do filho da atriz. "Estou aqui com a camiseta do Rafael, porque quero iniciar homenageando todas as mães, pais parentes que sofreram perdas como as da Cissa, que são perdas irreparáveis", disse a presidente. "Acho que esse pacto mostra a evolução dos valores no Brasil. A adoção de valores da solidariedade, de valores que têm como base a visão que cada um de nós temos de ter do seu semelhante como um ser humano integral", argumentou Dilma. Além de atletas e autoridades, o apresentador do programa CQC, Marcelo Tas, também acompanhou a cerimônia.
O Brasil está em quinto lugar entre os recordistas em acidentes, atrás apenas de Índia, China, Rússia e Estados Unidos. Pelo recorte regional, a região Sudeste, com a maior malha viária do País, também encabeça o maior número de acidentes fatais com 15,5 mil. Em seguida vêm o Nordeste (11,8 mil), Sul (7,5 mil), Centro-Oeste (4,4 mil) e Norte (3,3 mil). "O governo está optando por esse pacto, porque temos obrigação de fazer", declarou Dilma.
"Não seria admissível a esse governo que quer fazer desse País um País forte não ser capaz de trabalhar complementarmente com os importantes valores éticos e morais que preservem a vida", disse a presidente, lembrando que a melhora nos índices econômicos aumentam a frota do País. Ela defendeu a melhora do sistema legal de forma que elimine a impunidade com quem comete homicídios no trânsito.
As Nações Unidas estabeleceram uma meta sobre o tema para reduzir à metade o número de acidentes em todo o mundo entre 2011 e 2020. No Brasil, dados de 2010 indicam quase 43 mil mortes nas estradas e nas vias urbanas, isto é, 117 por dia.