Candidatura errada e ex-morador de rua são destaques nas eleições 2012

As eleições municipais de 2012 foram marcadas por fatos curiosos no Sul de Minas. Em Varginha, o vereador mais votado foi um ex-morador de rua que estava trabalhando como panfleteiro. Se por um lado, Adilson Bboy Pé de Chumbo teve 2.863 votos, a candidata a vereadora em Paraguaçu Cristina Baliza não teve a mesma sorte: ela fez a campanha toda com o número errado e só percebeu o ocorrido no dia da votação.
Em Elói Mendes, mais um fato no mínimo inusitado. Para provar que tinha votado naquele candidato, uma eleitora teve a ideia de tirar uma foto da urna eletrônica com o celular após a votação. Ela foi detida e conduzida até o Fórum da cidade pela polícia, mas pagou fiança e foi liberada no mesmo dia.
As eleições de 2012 também mostraram uma certa insatisfação dos eleitores com as atuais administrações. Nas grandes cidades da região, apenas Pouso Alegre teve o atual prefeito reeleito.
Confira os fatos que marcaram as eleições de 2012 no Sul de Minas:
Ex-morador de rua mais votado

Pé de Chumbo (PR) é o vereador mais votado de
Varginha. (Foto: Lucas Soares / G1)

Em Varginha, o vereador mais votado foi um ex-morador de rua. Com 2.863 votos, Adilson Bboy Pé de Chumbo (PR), de 32 anos, é um personagem folclórico da cidade. Quando foi eleito, Pé de Chumbo morava de favor na casa de um colega de partido e trabalhava como panfleteiro.
Ex-engraxate e ex-vendedor ambulante, o vereador tem como uma das principais paixões o hip-hop, que lhe rendeu o apelido que carrega. "Eu danço break e como eu sempre dançava com um sapato muito pesado, o pessoal me apelidou de Pé de Chumbo e pegou", disse o eleito.
Candidatura com o número errado

A candidata e o santinho errado: apenas 12 votos
com número certo. (Foto: Tiago Campos / G1)

Já em Paraguaçu, uma cozinheira de 35 anos resolveu encarar pela primeira vez a campanha para vereadora nas eleições de 2012. Durante três meses, Cristina Baliza (PTB) fez sua propaganda para conquistar uma das nove vagas da Câmara Municipal da cidade usando o 14.999. No entanto, o número não existia: o que constava no Tribunal Superior Eleitoral de candidatura da vereadora era o 14.888. Na verdade, um erro na impressão dos santinhos fez com que ela fizesse campanha com o número errado.
Ao procurar o Cartório Eleitoral no próprio domingo de eleição, acompanhada do pai, foi apresentado aos dois um documento com firma reconhecida e assinado por Cristiane, pelo Presidente da coligação da qual ela fazia parte e pelo representante do cartório em que constava o nome dela como candidata e o número 14.888. O mesmo havia sido publicado em Diário Oficial e no site do TSE. Não havia nada a ser feito. Apesar do erro, Cristiane ainda recebeu 12 votos no número correto.
Eleitora fotografa voto na urna
Em Elói Mendes, uma mulher foi detida após fotografar a imagem do candidato em que votou na urna eletrônica no dia da eleição. Segundo o chefe do Cartório Eleitoral da cidade, Luiz Gustavo Chaves, ela foi flagrada por fiscais na hora que pegou o celular e fotografou a imagem do candidato.

Mulher é detida em Elói Mendes (MG) após tirar foto do próprio voto em urna durante votação. (Foto: Tiago Campos / G1)

De acordo com Chaves, é proibida a entrada de celulares, filmadoras, câmeras fotográficas ou qualquer outro aparelho eletrônico dentro da sala de votação. A mulher detida foi liberada no mesmo dia da votação depois de pagar fiança.
Único prefeito reeleito entre as grandes cidades do Sul de Minas

Agnaldo Perugini é reeleito em Pouso Alegre.
(Foto: Carlos Manoel)

Entre as maiores cidades da região, Agnaldo Perugini (PT) foi o único prefeito a se reeleger nas eleições municipais de outubro. Perugini venceu a disputa em Pouso Alegre com 53,08% dos votos válidos e teve 36.157 votos. Ele concorreu com Enéas Chiarini (PPS) e Douglas Vasconcelos (PSOL), que tiveram 41,35% e 5,57% dos votos válidos respectivamente.
Durante a campanha, Perugini sofreu ataques contra a administração, especialmente do candidato Douglas Vasconcelos sobre um escandâlo envolvendo uma empresa contratada para implantação de radares eletrônicos, em que a prefeitura foi acusada de ter aplicado 40 mil multas sem realizar campanha educativa. Outra polêmica foi em relação a distribuição de casas populares pela prefeitura. Famílias esperam há anos para receber as casas, mas algumas pessoas inscritas há menos tempo já teriam recebido as casas da prefeitura fora da ordem da lista.
Contudo, no geral, a campanha foi tranquila para os candidatos, até pela boa avaliação da gestão do candidato reeleito.

Fonte: G1 Sul de Minas