terça-feira, 21 de maio de 2013

Burocracia da saúde mata


Santa Casa de Alfenas anuncia mudanças após mortes de pacientes na fila de espera



Depois do registro de duas mortes de pacientes que aguardavam atendimento na Santa Casa de Alfenas, a direção da entidade anunciou mudanças. A principal delas é melhorar a agilidade no preenchimento do cadastro em casos de urgência e emergência.
Duas pessoas morreram na fila de atendimento na Santa Casa de Alfenas. Os dois casos aconteceram no dia 9 de maio, com intervalo de uma hora entre a primeira e a segunda morte e o problema, segundo as famílias, foi a demora para fazer os cadastros de internação.

O caso será apurado por autoridades de saúde. De acordo com a integrante do órgão e também da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Carmem Esteves, as primeiras medidas já foram tomadas. “O caso já foi encaminhado à Secretaria Municipal de Saúde e a comissão vai verificar se houve negligência. Caso tenha acontecido os responsáveis podem ser advertidos verbalmente, por escrito ou até mesmo serem afastados”, pontuou.


O delegado regional, Celso Ávila Prada, comentou que já foram feitos novos levantamentos sobre os casos e todos os envolvidos também foram intimados para prestar depoimentos na próxima semana.

Mudanças no hospital
Por dia, 150 pacientes são atendidos na Santa Casa de Alfenas e de acordo com o diretor clínico do hospital, Boaventura Passos Vinhas, o serviço de atendimento precisa mudar. “Vamos ter um treinamento para agilizar o atendimento de quem chega, especialmente nos casos de urgência e emergência”, disse.

Sobre os casos das mortes, o diretor explica também que medidas já foram tomadas. “O Conselho de Ética vai apurar os dois casos e se houve negligência, o que eu acredito que não tenha acontecido, os responsáveis serão punidos”, acrescentou.

Já o secretário municipal de Saúde, Cleuber Rocha disse, por telefone, que aguarda o fim das investigações da polícia para tomar alguma providência. A Secretaria de Saúde tem 15 dias para responder a denúncia encaminhada pelo Consepa.

Os casos
As duas mortes aconteceram no dia 9 de maio. O aposentado Geraldo Alvarenga da Silva tinha 65 anos e aguardou 40 minutos na porta do hospital para ser atendido. Ele sofria de insuficiência respiratória.
Já a dona de casa Clotilde Teodoro, de 87 anos, morreu com pneumonia e falta de ar enquanto aguardava a confecção da ficha de internação.

No hospital, o procedimento é que cada novo paciente preencha uma ficha denominada acolhimento de risco, o que demora cerca de cinco minutos.  Entretanto, segundo a administração do hospital, esta regra não se aplica aos casos de emergência.


Fonte: G1 Sul de Minas

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